O Senhor e Pastor que nos guia ao desfrute dos seus próprios cuidados – Igreja Gileade de Juazeiro do Norte

Considerando o que temos estudado sobre o cuidado de Deus para conosco, o que devemos fazer?

1) Caminhar com sinceridade

Quando caminhamos com integridade pelas veredas de Deus, podemos ter a certeza da sua proteção. A Palavra de Deus é um guia seguro para nos conduzir em todas as esferas: “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo (magen) para os que caminham na sinceridade (tom)[1] (Pv 2.7).

O salmista testemunha a sua confiança em Deus: “Deus é o meu escudo (magen); ele salva os retos de coração (lebh) (Sl 7.10).

Conforme vimos, “Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente (tamiym)[2] (Sl 84.11).

2) Confiar no amparo de Deus considerando a nossa vivência com Ele

“Empurraram-me violentamente para me fazer cair, porém o SENHOR me amparou  (azar) (= Acudiu, socorreu, ajudou)”(Sl 118.13).

O salmista proclama a confiança do povo de Deus em seu Senhor:

9 Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo (magen). 10 A casa de Arão confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo (magen).11 Confiam no SENHOR os que temem o SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo (magen)(Sl 115.9-11).[3]

3) Buscarmos o seu auxílio em oração

Deus nos ouve e socorre conforme as nossas reais necessidades, nos protegendo e salvando. Esta é a oração convicta do salmista Davi: “Ó SENHOR, dá vitória (yasha) ao rei; responde-nos, quando clamarmos” (Sl 20.9/Sl 20.6).

4) Esperar em Deus, mantendo os olhos fixos em sua Palavra

Esse é testemunho comum nos salmos:

Nossa alma espera no SENHOR, nosso auxílio e escudo (!gEm’) (magen). (Sl 33.20).

Tu és o meu refúgio e o meu escudo (magen); na tua palavra, eu espero. (Sl 119.114/Sl 118.6).

Melhor é buscar refúgio (chasah) no SENHOR do que confiar no homem. (Sl 118.8).[4]

5) Alegrar-nos em Deus

A nossa confiança e esperança em Deus não deve ser melancólica, antes, alimentada pela Palavra, alegre na certeza de que Deus tem sempre o melhor para nós:

18 Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia (hesed)19 para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida.  20 Nossa alma espera no SENHOR, nosso auxílio e escudo (magen)21Nele, o nosso coração se alegra, pois confiamos no seu santo nome. 22 Seja sobre nós, SENHOR, a tua misericórdia (hesed), como de ti esperamos. (Sl 33.18-22).

6) Cultivar um senso de gratidão e louvor

“O SENHOR é a minha força e o meu escudo (magen); nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei” (Sl 28.7).

7) Meditar na Palavra de Deus rogando por discernimento para entendê-la e aplicá-la em nossa vida

Aquilo sobre o que meditamos, normalmente, molda a nossa perspectiva da realidade e o nosso comportamento.[5] O salmista meditava na Palavra de Deus. Esta sabedoria espiritual exige um laborioso processo de compreensão, entendimento e prática da verdade.

O salmista confiante nas diretrizes de Deus, procura meditar na Palavra, buscando o discernimento em Deus para conduzir a sua vida:

Meditarei (siach) nos teus preceitos (piqqud) (= Estatutos), e às tuas veredas (orach) terei respeito. (Sl 119.15).  Eterna é a justiça (tsedeq) dos teus testemunhos; dá-me a inteligência (biyn)[6] deles, e viverei. (Sl 119.144).

Sandlin faz uma aplicação consistente:

É por isso que devemos mergulhar na Bíblia. A Bíblia nos revela a interpretação de Deus sobre o mundo. Ela nos diz como devemos ver e agir com nossa família e amigos, nossas mentes e corpos, bens, amor, sexo, lei, política, música e cultura popular. E não apenas mergulhar na Bíblia, mas confiar que o que Deus diz é verdade, e agir conforme essa verdade a todo momento.[7]

Assim sendo, o cristão deve aceitar este paradoxo: tornar-se louco diante dos valores deste século para entender a verdadeira e definitiva sabedoria:

18Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio. 19 Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. 20E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos. (1Co 3.18-20).

Por isso, a nossa fé não pode se apoiar em sabedoria humana, mas, no poder de Deus. Paulo sabia bem desse risco, certamente tão tentador para muitos. Relembra então aos coríntios, como foi a sua chegada entre eles:

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. (1Co 2.1-5/2Co 1.12).

Deus abençoou o seu trabalho em um lugar que aparentemente tinha tudo para dar errado. A fé da igreja se ampara sempre no Senhor; o Pastor que nos guarda.

 


[1] Integridade (1Rs 9.4; Sl 7.8; 26.1,11; 37.37; Pv 13.6); sinceridade (Gn 20.5,6; Sl 25.21); pacato (Gn 25.27); ajustar (Ex 26.24); retamente (Sl 84.11). A palavra (tom) é da mesma de raiz (tamiym), (tamam): ser completo, estar terminado.

[2]Já indicamos que a palavra pode ser traduzida por perfeita (Cf. Sl 18.30) tem também o sentido de aperfeiçoar (Sl 18.32); retidão (Sl 101.6); irrepreensível (Sl 119.1,80); inculpável (2Sm 22.24). Ela também se refere aos animais que não tinham defeito: No terceiro dia, oferecereis onze novilhos, dois carneiros, catorze cordeiros de um ano, sem defeito (tamiym) (Nm 29.20). Quanto a uma breve indicação deste termo como ocorre na Septuaginta, veja-se: Robert B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, (1897), Reprinted, 1981, p. 96-97.

[3] “Minha misericórdia (hesed) e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo (magen), aquele em quem confio e quem me submete o meu povo” (Sl 144.2).

[4] Guarda-me (shamar) (= Proteger, cuidar) a alma e livra-me; não seja eu envergonhado (bosh), pois em ti me refúgio (chasah) (Sl 25.20) “O SENHOR guarda (shamar) a todos os que o amam; porém os ímpios serão exterminados” (Sl 145.20). “Os meus olhos se elevam continuamente ao SENHOR, pois ele me tirará os pés do laço” (Sl 25.15).

[5]“Todos nós meditamos e somos moldados pelo objeto de nossa meditação” (Randy Alcorn, Decisões diárias cumulativas, coragem em uma causa e uma vida de perseverança: In: John Piper; Justin Taylor, eds. Firmes: um chamado à perseverança dos santos. São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2010, p. 99).

[6]Conforme já fizemos menção, a palavra tem também o sentido de discernimento, prudência, sabedoria e percepção.

[7]P. Andrew Sandlin, Deus decide o que é normal, Brasília, DF.: Editora Monergismo, 2021, p. 14.  (Edição do Kindle).


Fonte: https://gileadejuazeiro.com.br/o-senhor-e-pastor-que-nos-guia-ao-desfrute-dos-seus-proprios-cuidados/

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